Lendas e mitos do Amazonas
A Amazônia é uma região rica em mitos e lendas. Incrustadas no meio da floresta existem várias cidades que se misturam em meio ao mosaico verde, onde as pessoas convivem diretamente com a natureza e com ela aprendem a viver em meio a acontecimentos fantásticos. Para muitos isso não passa de estórias, para mim se trata de um patrimônio cultural.
Essa estória que vou lhes relatar vem de São Paulo de Olivença, município do estado do Amazonas próximo à fronteira com a Colômbia e o Peru.
Conta-se que já se passaram alguns anos, na verdade já se vão algumas décadas desde o suposto acontecimento, dado em uma cidade de tradição religiosa muito forte, pois sua origem é a de um aldeamento catequético. Como toda cidade da Amazônia, ela se vê prisioneira das distâncias, e por isso ela mantém muitos costumes que permeiam a vida de todos, como a tradição de toda família ir à igreja…
Tudo ocorria na sua tediosa rotina, quando chegou a festa pagã mais famosa do Brasil, o Carnaval. Nesta oportunidade o pároco da cidade, que era linha dura e queria moralizar a cidade novamente, que passava por muitas mudanças, principalmente problemas relacionados ao álcool, e naquela ocasião foi implacável com os fiéis para que comparecessem às s missas que ele ia celebrar nos dias de carnaval.
A população se viu em uma situação complicada, parecia que sua tradição religiosa iria prevalecer, contudo para a surpresa do pároco, o povo simplesmente desapareceu das celebrações.
Apenas alguns poucos apareceram e isso causou a ira do padre, que não se controlou e rogou uma praga, “esse pessoal burro, preferiu o diabo a Deus, então eles que comemorem com o diabo”. As pessoas que ouviram ficaram assustadas, mas passado à situação eles se recolheram as suas casas.
A festa ocorria no estilo de rua, muita bebida e outras delicias terrenas, o foco principal da festa acontecia na praça da matriz, que fica em frente à igreja, a festa já ia madrugada a dentro.
Quando era por volta das 03h00min da manhã o inusitado, senão aterrador, aconteceu. Não apenas uma pessoa, mas sim dezenas de pessoas viram nada mais, nada menos que o Capeta dançando e soltando fogo pelas ventas em meio a fuzarca!
O pânico tomou conta da multidão e o tumulto estava formado, a festa acabara de uma maneira sinistra, nas outras noites a festa continuou, mas com muito menos pessoas a maioria foi para a igreja.
Essa estória correu como o vento e ficou famosa, mas com o tempo caiu no esquecimento, agora eu lhes relato, não lhes afirmo que essa estória realmente aconteceu, mas sei que aqui na Amazônia acontecem coisas que desafiam a realidade…
Por: Bruno El Anjo com edições de Zezé Weiss