Lendas e mitos do Amazonas
A lenda do Boto cor de Rosa é mais um mito que o povo ribeirinho da Amazônia costuma difundir.
Esta lenda tem sua origem no boto cor de rosa também chamado pelos indígenas de “uiara”, um mamífero muito semelhante ao golfinho, que habita os rios da Amazônia. Dizem que ele é o deus dos rios e protetor dos peixes.
Conta na Amazônia, que os botos do rio Amazonas fazem charme para as moças que vivem em vilas e cidades à beira-rio.
Eles as namoram e, depois, tornam-se os pais de seus filhos!
Quando uma moça encontrava um novo namorado nas festas de juninas deveria tomar muito cuidado.
Durante as festas juninas são comemorados os aniversários de São João, Santo Antonio e São Pedro, nesses festejos a população ribeirinha da região amazônica celebra estas festas dançando quadrilha, soltando fogos de artifício, fazendo fogueiras e degustando alimentos típicos da região.
No início da noite, o boto se transforma em um belo homem e sai das águas, muito bem vestido e de chapéu, para esconder o buraco que todos os botos têm no alto da cabeça (o buraco serve para respirar o ar, já que os botos são mamíferos e têm pulmões, como você). O rapaz-boto vai aos bailes, dança, bebe, conversa e conquista o coração da jovem mais bela e desacompanhada que cruzar o seu caminho.
Em seguida ele a convida para dançar, seduzindo-a e guiando-a até ao fundo do rio, onde, por vezes, a engravida.
Antes de amanhecer o rapaz se transforma em boto novamente pois, precisa voltar para o rio. O rapaz abandona a moça na beira do rio para que ela não o veja na forma de boto.
Por isso esses motivos as jovens eram alertadas por mulheres mais velhas para terem cuidado com homens muito bonitos e galanteadores durante os dias de festas, com intuito de evitar a sedução infalível do boto.
Muitas meninas do interior que engravidam fora do casamento, ou não conhecem o pai ou até mesmo chegaram a engravidar do próprio pai, se aproveitam da lenda e atribuem sua gravidez ao boto. Ainda nos dias de hoje, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem o seu pai.
O boto também é conhecido por ser uma espécie de protetor e salvar as mulheres, cujas embarcações naufragam. Muitas pessoas dizem que, em tais situações, o boto aparece empurrando as mulheres para as margens do rio evitando o seu afogamento.
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